Textos para leitura e compreensão

Leia o texto pra responder

Não há dúvida que as línguas se aumentam e alteram com o tempo e as necessidades dos usos e costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos é um erro igual ao de afirmar que a sua transplantação para a América não lhe inseriu riquezas novas. A este respeito a influência do povo é decisiva. Há, portanto, certos modos de dizer, locuções novas, que de força entram no domínio do estilo e ganham direito de cidade.
(MACHADO DE ASSIS. Apud Luft, Celso Pedro. Vestibular do português).

Vocabulário: Transplantação – transferir de um lugar ou contexto para outro.

1- Ao ler o texto, concluímos que
(A) as mudanças do português da Europa para o Brasil evitaram inserir ao idioma riquezas novas.
(B) as alterações da língua estão condicionadas às necessidades dos usos e costumes e ao tempo.
(C) o português do século XVI é o mesmo de hoje, não sendo necessário parar a língua no tempo.
(D) os falantes do campo usam expressões atuais da língua mesmo sem sofrerem influência européia.

Leia o texto

Vamos imaginar que a indústria farmacêutica desenvolveu uma pílula que pudesse prevenir doenças do coração, obesidade, diabetes e reduzir o risco de câncer, osteoporose, hipertensão e depressão.
Já temos esse remédio. E não custa nada. Está a serviço de ricos e pobres, jovens e idosos. É a atividade física.
(Gro Harlem Brundtland, diretora geral da OMS – Organização Mundial da Saúde) Folha de São Paulo, 6 abr. 2002.

2- De acordo com o texto, o remédio que não custa nada e está a serviço de ricos e pobres, jovens e idosos:
(A) é uma pílula fabricada pela indústria farmacêutica.
(B) só é encontrado nas farmácias.
(C) é a atividade física.
(D) ainda não existe.

O cachorro

As crianças sabiam que a presença daquele cachorro vira-lata em seu apartamento seria alvo da mais rigorosa censura de sua mãe. Não tinha qualquer cabimento: um apartamento tão pequeno que mal acolhia Álvaro, Alberto e Anita, além de seus pais, ainda tinha de dar abrigo a um cãozinho! Os meninos esconderam o animal em um armário próximo ao corredor e ficaram sentados na sala à espera dos acontecimentos. No fim da tarde a mãe chegou do trabalho. Não tardou em descobrir o intruso e a expulsá-lo, sob os olhares aflitos de seus filhos.
Granatic, Branca. Técnicas Básicas de Redação.

3- No texto, fica claro que haverá um conflito entre as crianças e a mãe, quando as crianças

(A) resolvem levar um cachorro para casa, mesmo sabendo que a mãe seria contra.
(B) levam para casa um cachorro vira-lata, e não um cachorro de raça.
(C) decidem esconder o animal dentro de um armário.
(D) não deixam o animal ficar na sala.

Jéssica veio do céu

Jéssica é somente uma garota de 11 anos (…). Mas tem a coragem de uma leoa e a calma de um anjo da guarda. Na noite de domingo, a casa em que ela mora se transformou num inferno que ardia em chamas porque um de seus irmãos causou o acidente ao riscar um fósforo. Larissa, de 7 anos, Letícia, de 3, e o menino de 8, que involuntariamente provocou o incêndio, foram salvos porque Jéssica (apesar de seus 11 anos) se esqueceu de sentir medo. Mesmo com a casa queimando, a garganta sufocando com a fumaça e a porta da rua trancada por fora (a mãe saíra), a menina não se desesperou. Abriu a janela de um quarto e através dela colocou, um por um, todos os irmãos para fora. Enquanto fazia isso, rezava. Ninguém sofreu sequer um arranhão. Só então Jéssica pensou em si própria. E sentiu muito medo. Pulou a janela e disparou a correr.
Revista Veja. São Paulo: Abril, 18 de fevereiro de 2004.

4- No trecho “Larissa, de 7 anos, Letícia, de 3 anos, e o menino de 8, que involuntariamente provocou o incêndio, foram salvos porque Jéssica (apesar de seus 11 anos) se esqueceu de sentir medo”., o trecho destacado se refere a(ao):

(A) Larissa (de 7).
(B) Letícia (de 3).
(C) menino (de 8).
(D) Jéssica (de 11).

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Tchau, tchau
Nunca foi tão fácil secar uma espinha

A gente acha que cuidar da pele dá trabalho. Que nada! Chato mesmo é encarar aquela espinha que insiste em aparecer na cara da gente nas horas mais impróprias: o primeiro dia de aula ou o encontro com o menino que a gente está a fim. Pele bem cuidada dá uma levantada incrível no visual, né? Então, mãos à obra com a linha Clearskin da Avon, que tem oito produtos que facilitam a nossa vida. Além de combaterem a acne (eles são feitos com ácido glicólico, um poderoso derivado da cana-de-açúcar), eles deixam a pele super-hidratada.
Borgatto, Ana; Bertin, Terezinha, Marchezi, Vera. Tudo é linguagem.

5- Encontramos o registro de linguagem formal em

(A) “A gente acha que cuidar da pele dá trabalho.”
(B) “Chato mesmo é encarar aquela espinha que insiste em aparecer na cara da gente (…)”
(C) “(…) o encontro com o menino que a gente está a fim.”
(D) “Além de combaterem a acne (eles são feitos com ácido glicólico, um poderoso derivado da cana-de-açúcar), eles deixam a pele super-hidratada.”

Dedé reconhece erro no clássico
Zagueiro vascaíno pede desculpas a Willians e aos torcedores pela expulsão

O zagueiro Dedé, do Vasco, pediu desculpas ontem ao volante Willians, do Flamengo, pela entrada violenta que deu no adversário no empate em 1 a 1 no clássico de domingo, no Engenhão, pelo Campeonato Brasileiro.
– (…) Peço desculpas ao companheiro de profissão e ao torcedor do Vasco, pois não queria ter deixado o time (…).
Mas o zagueiro seguiu a linha do técnico Paulo César Gusmão de culpar o juiz (…):
– Deixando de lado minha expulsão, o árbitro estava visivelmente nervoso e atrapalhado. Inverteu muitas faltas, irritando nosso time, me deu um cartão amarelo após eu ter levado o vermelho.
O Globo – 26/10/2010.

6- O trecho do texto que expressa uma opinião é
(A) “Peço desculpas ao companheiro de profissão…”. (l.4)
(B) “… o árbitro estava visivelmente nervoso e atrapalhado.” (l.7-8)
(C) “Deixando de lado minha expulsão…”.(l.7)
(D) “… me deu um cartão amarelo…” (l.8)

Ingenuidade

Na boca da caverna
Gritei, vibrando:
– TE AMO!
TE AMO!
TE AMO!
E o eco respondeu,
Lá de dentro da caverna:
– TE AMO!
TE AMO!
TE AMO!
E eu, ingênuo, acreditei…
Elias, José. Amor adolescente.

7- A repetição, pelo eu poético, da expressão “TE AMO!” , que ecoou dentro da caverna, reforça
(A) a intensidade da paixão do eu poético.
(B) a ingenuidade do eu poético.
(C) a beleza do primeiro amor.
(D) o eco dentro da caverna.

O Último Computador
Luís Fernando Veríssimo

Um dia, todos os computadores do mundo estarão ligados num único e definitivo sistema, e o centro do sistema será na cidade de Duluth, nos Estados Unidos. Toda memória e toda informação da humanidade estarão no Último Computador. As pessoas não precisarão ter relógios individuais, calculadoras portáteis, livros etc. Tudo o que quiserem fazer – compras, contas, reservas – e tudo que desejarem saber estará ao alcance de um dedo. Todos os lares do mundo terão terminais do Último Computador. Haverá telas e botões do Último Computador em todos os lugares frequentados pelo homem, desde o mictório ao espaço. E um dia, um garoto perguntará a seu pai:
– Pai, quanto é dois mais dois?
– Não pergunte a mim, pergunte a Ele.
O garoto apertará o botão e, num milésimo de segundo, a resposta aparecerá na tela mais próxima. E, então, o garoto perguntará:
– Como é que eu sei que isso está certo?
– Ora, ele nunca erra.
– Mas se desta vez errou?
– Não errou. Conte nos dedos.
– Contar nos dedos?
– Uma coisa que os antigos faziam. Meu avô me contou. Levante dois dedos, depois mais dois… Olhe aí. Um, dois, três, quatro. Dois mais dois quatro. O computador está certo.
– Bacana. Mas, pai: e 366 mais 17? Não dá para contar nos dedos. Jamais vamos saber se a resposta do Computador está certa ou não.
– É…
– E se for mentira do Computador?
– Meu filho, uma mentira que não pode ser desmentida é a verdade.
Quer dizer, estaremos irremediavelmente dominados pela técnica, mas sobrará a filosofia.

8- No trecho: O garoto apertará o botão e, num milésimo de segundo, a resposta aparecerá
na tela mais próxima. A expressão destacada significa o mesmo que

(A) depois de muito tempo.
(B) em um minuto.
(C) muito rápido.
(D) durante mil anos.

9- O Último Computador será criado porque
(A) “as pessoas não precisarão ter relógios individuais, calculadoras portáteis, livros etc”.
(B) “(…) tudo que desejarem saber estará ao alcance de um dedo”.
(C) “(…) jamais vamos saber se a resposta do Computador está certa ou errada”.
(D) “(…) estaremos irremediavelmente dominados pela técnica (…)”.

A Mulher no Brasil
A história da mulher no Brasil, tal como a das mulheres em vários outros países, ainda está por ser escrita. Os estudiosos têm dado muito pouca atenção à mulher nas diversas regiões do mundo, o que inclui a América Latina. Os estudos disponíveis sobre a mulher brasileira são quase todos meros registros de impressões, mais do que de fatos, autos-de-fé quanto à natureza das mulheres ou rápidas biografias de brasileiras notáveis, mais reveladoras sobre os preconceitos e a orientação dos autores do que sobre as mulheres propriamente ditas. As mudanças ocorridas no século XX reforçam a necessidade de uma perspectiva e de uma compreensão históricas do papel, da condição e das atividades da mulher no Brasil.

(fragmento) Hahner, June E.

10- Considerando o fragmento lido, podemos afirmar que

(A) quanto à existência de um estudo histórico sobre seu papel na sociedade, a mulher brasileira assemelha-se à de várias partes do mundo.
(B) excetuando-se as rápidas biografias de brasileiras notáveis, as demais obras sobre a mulher no Brasil estão impregnadas de informações sobre o seu valor na sociedade.
(C) as modificações de nosso século reforçam a necessidade de que se escreva uma verdadeira história da mulher no Brasil.
(D) os estudos disponíveis sobre a mulher brasileira são registros baseados em fatos inquestionáveis numa perspectiva histórica.

Cadernos de João

(…) Na última laje de cimento armado, os trabalhadores cantavam a nostalgia da terra ressecada.
De um lado era a cidade grande: de outro, o mar sem jangadas.
O mensageiro subiu e gritou:
– Verdejou, pessoal!
Num átimo, os trabalhadores largaram-se das redes, desceram em debandada, acertaram as contas e partiram.
Parada a obra.
Ao dia seguinte, o vigia solitário recolocou a tabuleta: “Precisa-se de operários”, enquanto o construtor, de braços cruzados, amaldiçoava a chuva que devia estar caindo no Nordeste.
(Anibal Machado, Cadernos de João )

11- De acordo com o texto, a palavra “Verdejou” significa
(A) a saudade dos trabalhadores.
(B) o mar sem jangadas.
(C) a parada da obra.
(D) a chuva caindo no Nordeste.

Texto para leitura e compreensão

A borboleta e a tartaruga

Era uma manhã ensolarada e a velha tartaruga, que vivia na lagoa há mais de cem anos, saiu para tomar sol.
Procurou um cantinho na margem, se ajeitou vagarosamente e lá decidiu ficar no maior sossego.
Naquela mesma hora, uma borboleta, que tinha acabado de nascer, apareceu por lá, batendo apressadamente as asas.
Toda agitada, olhando para tudo quanto é lado, sem saber por onde começar.
— O que será aquilo? — pensou a borboleta quando viu a tartaruga.
E imediatamente pousou sobre ela.
— Pronto! Eu sabia que este meu sossego não ia durar! — reclamou a tartaruga. — Xô! Xô! Vai incomodar outra! Se você não consegue ficar um minuto parada, deixa em paz quem quer ficar tranquila no canto dela!
— Mas quem é você? — perguntou a borboleta.
Não está vendo que eu sou uma tartaruga?
— Que horror! — gritou a borboleta. — Fui pousar logo em cima do bicho mais parado que existe no mundo. Que horror!
E foi embora do jeito que tinha chegado.
— Que bicho irritante! — pensou a borboleta. — Eu não sei como alguém pode ficar a vida toda parada com tanta coisa para se ver.
— Que bicho irritante! — pensou a tartaruga. — eu não entendo como alguém pode se mexer o tempo todo, sem ter um pingo de sossego.
E enquanto a borboleta voava, a tartaruga encolheu a cabeça e ficou onde estava.
— Que linda flor! Como é bonita aquela amarela! E a vermelha também! Você é uma árvore? Bom dia, passarinho! Vou correr atrás da abelha… Olha eu no espelho da lagoa!…
— Para que sair daqui se o calor do sol está tão gostoso? — pensou a tartaruga.
E assim o dia foi passando, e a tartaruga no canto dela pensava:
— Nada melhor do que uma boa dormida depois de um dia longo como este.
— Nossa! Já está anoitecendo e eu não vi quase nada! — pensou a borboleta. — Como o dia foi curto!
Quando a noite chegou, a tartaruga decidiu ficar onde estava mesmo e só voltar para a lagoa no dia seguinte. E a borboleta, surpreendida pela escuridão, procurou um lugar para ficar.
— Vou pousar nesta pedrinha — pensou a borboleta, e pousou sobre a tartaruga.
— Que ventinho gostoso! — pensou a tartaruga quando sentiu a borboleta sobre ela. E fechou os olhos.
Que pedra quentinha! — pensou a borboleta e dormiu.
Naquela noite, a borboleta sonhou que era tartaruga e a tartaruga sonhou que era borboleta.

LACOCCA, Liliana. A borboleta e a tartaruga. são Paulo, Ática, 1999.

Responda

1. Esse texto pertence a qual gênero?
a. ( ) notícia
b. ( ) conto
c. ( ) mistério
d. ( ) fábula
2. Quanto ao tempo, a história se passa em:
a. ( ) uma hora
b. ( ) uma semana
c. ( ) um dia
d. ( ) cem anos
3. O texto está narrado na primeira ou terceira pessoa?
R:_______________________________________________
4. Quantos e quais são os personagens do texto?
R.:______________________________________________________
5. Quanto ao lugar, onde se passa a história?
R.:______________________________________________________
6. Cite as características da tartaruga. Como ela é?
R.:___________________________________________________________________
7. Cite as características da borboleta. Como ela é?
R.:___________________________________________________
8. Você se parece mais com a tartaruga ou com a borboleta? Explique sua resposta.
R.:______________________________________________________
9. Em sua opinião dá para duas pessoas tão diferentes como a tartaruga e a borboleta, serem amigas? Justifique sua resposta.
R.:______________________________________________________
10.Pra você, qual é a moral dessa história?
R: ______________________________________________________